2012

ESCOLA MUNICIPAL POETA CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

COMUNICADO

COMUNICAMOS AOS SENHORES PAIS, QUE NO DIA 16/02/2012, (QUINTA-FEIRA) NÃO HAVERÁ AULA NESTE ESTABELECIMENTO DE ENSINO.

MOTIVO: DEDETIZAÇÃO CONTRA O MOSQUITO DA DENGUE.

RETORNAREMOS NA SEXTA-FEIRA DIA 17/02/2012.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

POESIAS DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

 

 

 

No meio do caminho

Carlos Drummond de Andrade

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas. 
Nunca me esquecerei que no meio do caminho 
tinha uma pedra tinha uma pedra
no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra. 



Ausência

Carlos Drummond de Andrade

Por muito tempo achei que a ausência é falta. 
E lastimava, ignorante, a falta. 
Hoje não a lastimo. 
Não há falta na ausência. 
A ausência é um estar em mim. 
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, 
que rio e danço e invento exclamações alegres, 
porque a ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim.


Quero

Carlos Drummond de Andrade


Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?
Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.
Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.
No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.
Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.